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sexta-feira, 17 de junho de 2011

PARA NOEL / MAURÍCIO PORTO / 2010


Carrego no meu coração, um Rio de Janeiro que eu adoro. Um Rio dos bondes de Santa Teresa, meu lugar no mundo. Rio de sambas, esquinas, bares, cerveja e violões. Meu Rio das sossegadas ladeiras de Santa e do mistério das suas casas fechadas. Rio da Lapa, do Centro, das Laranjeiras da minha infância, do Cosme Velho, Glória, Catete, Flamengo, Botafogo e do Maráca -Templo Sagrado. 

Rio de tantos encantos, recantos, cantos em que a cidade encantada se desencanta, se despe, e nua nos leva pelas solidões das noites e nos encontramos todos numa perdida mesa ou balcão de mil botecos e nos pomos a cantar e contar em sambas a estranha e misteriosa alegria e tristeza de sermos cariocas e por causa de Noel, todos nós nascemos um pouco a cada dia, em Vila Isabel.

Maurício Porto 
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2010. 
(Texto revisto em 17 de junho de 2011)

Em Memória de Noel Rosa, Gênio Monumental da Música Popular Brasileira. 

Do meu livro -  Ladeiras do Silêncio.  



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